“Entrevista com Antonio Brioso Muñoz”.

Símbolo: ES SeAHC 06.1.111.

“Entrevista com Antonio Brioso Muñoz”.

Antonio Brioso Muñoz (Sevilha, 1938) é um metalúrgico que, após vários empregos em sua infância e adolescência, foi trabalhar em 1957 na Subsidiária da Indústria Aeronáutica (ISA). Alguns anos depois, em 1961, emigrou para Baden (Suíça), onde permaneceu até 1966. Ao retornar a Sevilha, começou a trabalhar para a empresa FASA-Renault e entrou para as Comisiones Obreras (Comissões de Trabalhadores) clandestinas. Foi eleito para o conselho de administração da empresa e, em 1967, liderou as greves que os trabalhadores da FASA realizaram por horas extras e, no ano seguinte, liderou, junto com outros trabalhadores, uma greve por uma melhoria no acordo coletivo de trabalho. O conflito durou 17 dias e Antonio acabou sendo demitido.

Essa entrevista, concebida como uma “história de vida”, foi feita em suporte de vídeo (MiniDV) por Marcial Sánchez Mosquera entre 14 de abril e 2 de junho de 2004 em Sevilha e tem duração de 515,19 minutos (9 fitas MiniDV). Nela, o protagonista fornece informações sobre as origens de sua família, as condições de vida em Sevilha nas décadas de 1940 e 1950: moradia, hábitos alimentares e de vestimenta, educação e jogos infantis, religiosidade etc. Além disso, Antonio descreve como foi despertada sua consciência política e sua primeira participação nas manifestações de Sevilha em 1959, bem como sua emigração para a Suíça, onde tomou conhecimento das reivindicações andaluzas, iniciou sua experiência democrática e se filiou ao Partido Comunista. Ele reflete sobre os motivos que o levaram a retornar a Sevilha em 1966 e sua entrada na empresa FASA em San Jerónimo, sobre as reivindicações e as eleições sindicais daquele ano. Ele se concentra na descrição da empresa, nas condições de trabalho e nas principais reivindicações. De especial interesse são os conflitos de 1967 e 1968, nos quais ele desempenhou um papel de liderança, bem como a repressão sofrida e a solidariedade de seus colegas. Por fim, ele avalia sua participação no movimento dos trabalhadores durante o regime de Franco.

A entrevista, assim como o restante das entrevistas desta coletânea, é um relato em primeira mão da realidade do antifranquismo por meio de seus verdadeiros arquitetos: trabalhadores e militantes antifranquistas que, com sua atividade clandestina e suas lutas pela liberdade, aceleraram a crise do regime e a democratização da sociedade espanhola, tornando inviável a continuidade do franquismo após a morte do ditador.

AUTORA DO TEXTO
Eloísa Baena Luque e Manuel Bueno Lluch

NOME DO PROJETO DE IBERARQUIVOS

2021/008 O movimento dos trabalhadores na luta contra a ditadura e na construção da democracia na Andaluzia por meio da Fonte Oral.

Bibliografia:
– Alfonso Martínez Foronda (coord.), La conquista de la libertad: Historia de las Comisiones Obreras de Andalucía (1962-2000), Sevilla, Fundación de Estudios Sindicales, 2005 (2ª edição).
– Marcial Sánchez Mosquera, Del miedo genético a la protesta. Memoria de los disidentes del franquismo, Barcelona, Ediciones de Intervención Cultural / Fundación de Estudios Sindicales, 2008.
– Alfonso Martínez Foronda, Pedro Sánchez Rodrigo e Eloísa Baena Luque, La resistencia andaluza ante el Tribunal de Orden Público en Andalucía: 1963-1976, Sevilla, Fundación de Estudios Sindicales, 2014.
– Eduardo Saborido Galán, Entre la dictadura y la libertad, Córdoba, Utopía Libros, 2023.

Link para consulta on-line:

https://redi.upr.edu/handle/11722/2974

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